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Programa fortalece mulheres empreendedoras da periferia de São Paulo diante de desigualdades históricas.

Uma pesquisa recente do Instituto Locomotiva escancara um retrato preocupante — mas infelizmente ainda comum — sobre o cenário do empreendedorismo na cidade de São Paulo. De acordo com os dados, 60% das mulheres empreendedoras que vivem nas periferias paulistanas ganham até um salário mínimo. Apenas 5% delas conseguem faturar acima de quatro salários mínimos, em contraste com 21% dos homens brancos empreendedores, que alcançam esse patamar de rendimento.

Esses números evidenciam um abismo profundo, onde raça, gênero e território são barreiras concretas para o desenvolvimento econômico das mulheres nas bordas da cidade. A desigualdade de acesso a crédito, formação, redes de apoio e oportunidades comerciais ainda limita o crescimento de milhares de empreendedoras que, mesmo diante de tantos desafios, resistem, inovam e geram impacto local.

É nesse cenário que o Programa Momento Crescer ganha ainda mais relevância. Voltado para apoiar mulheres periféricas que desejam transformar ou expandir seus negócios, o programa oferece capacitação, mentorias, acesso a microcrédito e conexão com redes de apoio, atuando justamente onde as políticas públicas e o mercado muitas vezes falham.

Fortalecer quem já movimenta a economia local

Na prática, o que os números do Instituto Locomotiva revelam é que não basta incentivar o empreendedorismo de forma genérica. É preciso reconhecer as desigualdades estruturais e oferecer ferramentas específicas para garantir que mulheres negras e periféricas também possam crescer, lucrar e prosperar com seus empreendimentos.

O Momento Crescer surge como uma resposta a essa urgência. Mais do que um programa de empreendedorismo, é uma iniciativa de transformação social, que acredita no potencial das mulheres da periferia como lideranças econômicas e comunitárias. Ao investir em suas trajetórias, o programa também contribui para reduzir desigualdades históricas, fomentar a economia local e fortalecer redes solidárias.

Seja no ramo da beleza, alimentação, moda, serviços ou educação, essas mulheres seguem empreendendo com coragem e criatividade